JJ Regional destaca proposta da ONG de uso do potencial hídrico da Serra do Japi para abastecimento de Jundiaí
Com a represa da DAE operando em menos de 20% de sua capacidade devido a um longo período de estiagem, soluções a longo prazo começam a ser solicitadas pela população. De acordo com a ONG Coati, a Serra do Japi é a solução mais eficiente para uma iminente falta de água.
“Hoje a Serra é responsável por 7% do abastecimento de água de Jundiaí, mas essa capacidade pode ser ampliada”, afirmou o diretor administrativo Fábio Campos. A ONG realizou uma simulação em 3D sobre a possibilidade de represamento da Serra. O gráfico mostra que é possível multiplicar o represamento em quase sete vezes com reformas pequenas, que não representem tanto impacto na natureza, nem investimento tão alto.
“A Serra é nosso manancial, é um local que produz água naturalmente. Quando há chuvas as montanhas se tornam um grande tobogã, seria o caso apenas de armazenar essa água corretamente para poder usufruir”, acrescenta. Em nota, a DAE Jundiaí explicou que há estudos de 2009 que analisaram o potencial de abastecimento da Serra. Naquele ano, os custos das obras para ampliar os reservatórios chegaria a R$ 45 milhões, o que garantiria o aumento do potencial para 15% do abastecimento local.
Nesse momento o estudo está sendo atualizado, considerando o novo contexto de uso de ocupação de solo. As leis de proteção à Serra do Japi determinam, entre outros fatores, a proteção das águas. “Ao longo dos canais de escoamento dos rios que saem da Serra, a proteção das águas e da vegetação se fará com a maior rigidez até 1 mil metros em relação à base da Serra, visando garantir a qualidade da água e a vegetação de fundo de vale.”
Para o representante da ONG, depender da água do rio Atibaia pode ser arriscado a longo prazo. “Logo mais vai chover e a preocupação de todo mundo acaba. Mas ano que vem tem de novo, e no ano seguinte. O que faremos em dez anos? Essa outorga que temos para recalcar água do rio Atibaia é muito frágil em minha opinião, é óbvio que se faltar água o rio terá que socorrer as cidades que fazem parte da bacia dele e não a nós.”
Se não aceito o projeto de represamento de água da Serra, Fábio Campos sugere, ainda, que seja montado um conselho público formado de representantes da sociedade civil e governantes para discutir os recursos hídricos. “Está na hora do governo dar alguma garantia aos moradores.”
Fonte: Carina Reis, do JJ Regional
Confira a simulação em 3D e mais detalhes do projeto de represamento: