As sábias palavras do escritor e teólogo Leonardo Boff foram ouvidas atentamente por centenas de pessoas, a maioria jovens universitários, que compareceram ao auditório do Unianchieta ontem (21/05) durante o seminário que abriu oficialmente o mês do meio ambiente em Jundiaí.
O simpático senhor de cabelos e barbas brancas adepto a teologia da libertação falou interruptamente por cerca de duas horas sobre Sustentabilidade. Criticou empresas que fazem propaganda enganosa utilizando o termo e fez todos refletirem sobre o verdadeiro papel do ser humano na terra: “um satã que caminha para exterminar toda a vida no planeta ou o dom mais precioso que o universo já produziu”.
Para Leonardo Boff o ciclo do capitalismo está saturado e precisa ser substituído por um novo conceito de desenvolvimento para evitar que as previsões apocalípticas não se tornem realidade. “Estamos dentro de uma grande crise de civilização e temos que descobrir outra maneira de desenvolvimento. Acredito que a humanidade está se despertando para um novo conceito, para um novo mundo”, diz.
Boff chama a atenção para o que ele afirma ser “o momento histórico da humanidade para decidir se irá cuidar do planeta ou exterminá-lo”. Segundo ele, os lideres globais devem aderir a Carta da Terra, um documento elaborado durante a Eco92 e que contém conceitos decisivos para o século XXI a serem seguidos.
“A vida está ameaçada, pois ela tem cada vez mais dificuldade de reprodução”. E conclui. “A Terra está no cheque especial, com todos os seus recursos naturais no vermelho. Não podemos forçar esse limite porque se não ela se vinga”.